REALIDADES E PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA NO BRASIL
A geografia crítica escolar é praticada nos ensinos fundamental e médio, possui uma dinâmica própria e não depende dos estudos acadêmicos, pois muitos imaginam que as disciplinas escolares, são reproduções simplificadas de conteúdos dessas próprias instituições.
O professor crítico ou construtivista é aquela que aprende ensinando e não ensina, mas ajuda os alunos a aprender, pois ele não apenas imita, mas também cria suas próprias atividades educativas pois não pode ser considerado, pois não pode ser considerado como se fosse uma tábua rasa são pessoas com histórias de vida em processo de aprendizagem.
A geografia é tão nítida quanto as demais disciplinas como a física e a matemática e seu ensino tanto é importante quanto indispensável levando em consideração endereços de escolas e local, moradia dos alunos.
A geografia escolar é anterior ao advento da geografia cinentífica ou acadêmica, pois antes de existirem os geógrafos, já existiam os professores de geografia, ministrando a aula de geografia para todos os níveis escolares, sendo assim é correto afirmar que a institucionalização do século XIX, surgiu a necessidade de formação de professores dessa disciplina, usando inovações para suas atividades buscando ajuda na economia, sociologia, história, marxismo e, nas lutas sociais.
Uma parte importante dos geógrafos críticos acadêmicos começou como professores dos ensinos fundamental e médio, e foi em grande parte aí que eles iniciaram sua reflexão e as novas abordagens, que depois falam sistematizados ou reelaborados com vistas à produção de trabalhos universitários. Existe uma ideia preconcebida de que os professores do ensino fundamental e médio não inova, não cria, não ousa sair da rotina do tradicionalismo. Ao contrário do que se imagina, é muito mais fácil inovar no conteúdo e nos métodos de um aviso no ensino médio, em especial nas escolas públicas do que em teses e outros trabalhos acadêmicos, porque as regras na academia são mais sedimentares e fechadas, e o controle por parte das bancas das agências de financiamento, das comissões de publicações, etc. É maior e normalmente existe um maior apego aos estereótipos ou as ideias predefinidas sobre o que deveria ser abordado naquele assunto x ou y.
Mesmo aqui no Brasil, poderíamos escavar numerosos casos similares, pois a abordagem nos ensinos fundamental e médio, de temas ou problemas tais como as relações de gênero, críticas ao socialismo real e à burocracia, choques culturais e civilizações, orientação sexual, o novo racismo, etc, foi indiscutivelmente anterior a qualquer pesquisa, tese ou publicação oriunda dos departamentos de geografia das universidades. Isso não significa que não existam ou que não devam existir relações de complementaridade entre existir relações de complementaridade entre a universidade e os níveis fundamental e médio de ensino. Mas essas relações são mais complexas do que a ideia preconceituosa segundo a qual aqueles níveis de ensino devem apenas “simplificar” e reproduzir os conteúdos produzidos na academia. Costuma-se também pura e simplesmente ignorar e dessa forma não aproveitar, as experiências inovadoras que os professores – pelo menos alguns deles – estão produzindo nas escolas, O resultado normalmente é que esses currículos são impraticáveis e acabam não sendo operacionalizados; em geral, esses currículos estão aquém daquilo que muitos professores pratica e mais atrapalham do que ajudam na melhoria do sistema escolar.
Apesar de boa parte dos geógrafos críticos acadêmicos terem começado como professores do ensino fundamental e médio, existe uma ideia antecipada de que os professores do ensino fundamental e médio, não inova, não ousa, não cria para que saia da rotina do tradicionalismo, porque ao contrário do que se imagina é muito mais fácil inovar nos conteúdos e métodos do que em tese e outros trabalhos acadêmicos, pois as regras da academia são mais consolidados e fechados, porque existe um maior apego aos estereótipos ou ideias antecipadas sobre o que deveria ser abordado.
No Brasil, existe números os casos de professores do ensino fundamental e médio proveniente dos departamento de geografia das universidades, portanto não é que não exista relações entre as universidades e os níveis fundamental e médio, essa relação é mais complicada do que preconceituosa, onde os conteúdos produzidos na academia são apenas reduzidos e reproduzidos na academia são apenas reduzidos e reproduzidos, pois as experiências inovadoras de alguns professores não são aproveitados nas escolas e o que resulta dessa situação em vez de melhorar, atrapalha o sistema escolar.
“As relações entre os professores de ensino médio e os professores de universidade são mais complexas do que a ideia preconceituosa segundo a qual aqueles níveis de ensino devem apenas “simplificar” e reproduzir os conteúdos produzidos na academia. Essa ideia infelizmente dominante, costuma gerar verdadeiras aberrações: “propostas curriculares” ou PCN’s para os ensinos fundamental e médio feitos por professores universitários que não tem experiência nesse nível de ensino e que desconhecem completamente a realidade dos alunos que aí estudam.” (José Willian Vesentini – 2004 pag 226.)
O autor mostra que a realidade das escolas é completamente diferente no que diz respeito a questão entre as relações dos professores das academias com os professores do ensino fundamental e médio, até porque muitos geógrafos iniciaram sua carreira lecionando como professores de ensino fundamental e médios e muitos deles ou até mesmo a grande maioria defenderam suas teses nas academias nas salas de aula e ainda existe um conceito de que a maioria desses professores não aplica os conhecimentos e métodos adquiridos nas academias, fugindo completamente da realidade dos alunos
Com isso a geografia crítica não é uma reprodução escolar elaborada por produção universitária crítica. O que realmente importa é a realidade dos alunos de uma maneira geral. Como se sabe, a geografia escolar crítica ou geografias, apresenta oposição da geografia tradicional e normalmente mnemônica, que tem como apoio o esquema “a terra e o homem”. Mas, é lógico que a geografia tradicional conheceu várias fases e graduação e nunca foi um bloco exclusivo de um político.
Sendo assim ela vai bem além dos avanços da geografia tradicional preocupando-se com o desenvolvimento independente, da criatividade, criticidade do educando como cidadão ativo, questionam a realidade e constroem direitos democráticos.
O ensino da geografia não se limita em novos conteúdos que valoriza atitudes e habilidades, mas para isso é essencial que seja adotados novas formas de ensino: estudo do meio, dinâmicas de grupos, trabalho dirigido, debates, uso de computadores, preocupações com os temas transversais e interdisciplinares. Segundo Lacoste, a importância para a definição da geografia crítica já foi mencionada, teve enormes dificuldades em conseguir ser aprovado (só foi feito depois de várias tentativas e sendo obrigado a “caçar” em locais distantes professores titulares que aceitassem participar de sua banca) na sua tese de livre docência na França por causa do tema unidade e diversidade do Terceiro Mundo (Das representações planetárias às estratégias sobre o terreno) e da sua abordagem geopolítica, considerados na época (em pleno o início da década de 1980) como “não geógrafos e políticos em demais, isto é, não neutros” (1985 apud VECENTINE, 2004, p.226).
Lacoste travou uma grande luta para definir a importância da geografia crítica ou do que ela travava, percorreu muitos lugares até encontrar professores para participarem de sua banca, pois precisava defender sua tese, e não tinha aceitação, pois as pessoas tinham a geografia tradicional como um tudo que durante o período de 1980, considerados os temas abordados era considerados não geógrafos ou políticos em demasia.
Assim como outros autores, Lacoste foi corajoso e decidido em provar a importância da geografia crítica, sendo ela uma disciplina, com seus conteúdos próprios e abrangentes, levando em consideração os alunos, sua história de vida. Ao contrário da geografia tradicional que somente possui o papel de reproduzir no aluno o que o professor transmite.
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