Nesta edição temos a grande honra em compartilhar dos conhecimentos da Professora Vitórias Dantas. A mesma, trabalha na educação com foco no ensino e agora tem um grande desafio que é o de estruturar uma escola que proporcione um ensino pautado em princípios de criticidade, ética e qualidade. Confira a entrevista, na oportunidade são debatidas questões inteiramente ligadas ao setor educativo.
Nome: Maria das Vitórias Dantas
Formação: Pedagogia
Locais de Trabalho: (escolas ou instituições educacionais):
Instituto Divino Espírito Santo (Picuí - PB); Educandário Canarinho (
Piracicaba – SP); Escola Lápis na Mão ( Balsas- MA); Escola Pequeno Príncipe
(Mossoró – RN); Instituto Municipal João Cândido Filho ( Carnaúba dos Dantas –
RN).
1 - Pra iniciar, como você avalia
o processo educacional brasileiro?
De uma forma restrita, considero que a educação brasileira, em termos
escolares, ainda está presa um currículo de idéias ultrapassadas; uma avaliação
ainda embasada em notas e períodos determinados, fugindo daquilo que a LDB pede.
Contudo, percebo que esse traçado tende a mudar, visto que muitos estão
lutando, escrevendo e falando sobre a importância de uma transformação desse
processo.
2 - Segundo Paulo Freire, não
existe educação sem amor. Você concorda?
Concordo plenamente. Nada sem amor prospera. O amor, na educação, é
peça fundamental. Sem ele não existiria a paciência, o cuidado e principalmente
a insistência para que ela dê certo.
3 - Quais os autores que você tem
como referência para desenvolver suas atividades em sala de aula?
Procuro levar em consideração as orientações sobre a afetividade de
Wallon e Gabriel Chalita, o respeito aos estágios de Jean Piaget e levo em
consideração a observação dos espaços dos quais os meus alunos fazem parte, e
aí falo de Vygotsky. Contudo, Paulo Freire me orienta bastante com relação á
educação/aprendizagem que desejo para os meus alunos.
4 – Sabemos que a participação da
família no processo educativo é algo complicado de se alcançar, porém sua
concretização trás muito êxito ao desenvolvimento da aprendizagem do aluno. O
que você desenvolve ou até, mesmo, sugere que seja feito para aproximar os pais
a sala de aula de seus filhos?
A família é uma parceira importante. Sugiro que no projeto político
pedagógico, já se tenha planejado espaços no ano letivo que possam trazer esses
parceiros para o campo da escola. Além de momentos de festas, comemorações,
saraus, é importante que ela esteja inserida no próprio corpo da escola, como
nos conselhos de classe, nas APM’s e também possam ministrar algumas aulas como
artes, culinária, música. Explorar o que os pais sabem fazer e trazer este
fazer para o espaço escolar.
5 – Em sua concepção qual o papel da aquisição
da leitura no processo de ensino e aprendizagem do educando?
Depende de que leitura estamos falando. A leitura de mundo é
imprescindível que se tenha. Respeitar a leitura de mundo que o aluno traz é o
primeiro passo para inseri-lo na leitura das palavras, na formação de frases,
de textos e da própria linguagem. Não se pode conceber leitura como uma coisa
dissociada do mundo que rodeia a criança. Os livros, as músicas, os gestos, os
símbolos mostram que o nosso mundo é feito de leitura e que é impossível se ter
como conhecimento apenas o que se ensina na escola. Contudo, sistematizar a
aprendizagem a partir da norma culta é fator indispensável. A posição que se
toma no meio social, depende do estímulo que se dá a partir da hora da fala espontânea
e daí parte-se para a leitura, de texto, propriamente dita. Essa leitura tem
papel socializador, formador.
6 – Deixe sua mensagem para
aqueles que estão em salas universitárias e pretendem desenvolver a prática
docente.
Antes de desejarem formar professores de qualquer área, desejo que
tenha passado primeiro por ela. Não adianta aplicar a teoria sem ter conhecido
a prática. Agindo assim, ensinando teoria sem conhecer a prática, costuma-se
exigir absurdos, que sabemos ser impossível dentro de uma real sala de aula.
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