Nome: Maria de Lourdes do Nascimento
Formação: Licenciatura Plena em Pedagogia
Locais de Trabalho: Creche Santa Terezinha
1 - Pra iniciar, como você avalia o
processo educacional brasileiro?
Como
sabemos, o Brasil é o país que possui o maior índice de analfabetismo e
apresenta índices mais elevados em relação aos países que apresentam perfil
educacional ou que tenham nível de desenvolvimento econômico similar.
Infelizmente essa realidade permanece como perfil negativo da realidade do
Brasil. Se estudarmos, e refletirmos, perceberemos que muitos desafios devem
ser enfrentados e superados, inclusive o estereótipo de educação de baixa
qualidade, supletivação, aligeiramento, entre outros. A gente sabe que esse
quadro só mudará através de políticas públicas sérias, sem a atribuição de
culpas ou culpados, e seja o centro dos debates porém direcionados à tão necessária
e sonhada construção de uma sociedade aonde todos tenham direitos iguais,
complexidade humana respeitada e valorizada.
2 - Segundo Paulo Freire, não existe
educação sem amor. Você concorda?
Sim, acho q o essencial é isso, pois sabendo que a escola tem a função de levar
o aluno a adquirir conhecimentos sistematizados, mas levando-se em conta o
contexto social de hoje, a escola acaba assumindo também a responsabilidade de
desenvolver habilidades sociais, que antes eram apenas de responsabilidade da
família. Então, assim fica claro que a relação família-escola é importante no
desenvolvimento sadio do educando.
Algo que
acho muito importante é que o professor coloque em sua ação pedagógica, um
pouco de afeto, e de acolher os sentimentos do aluno, de uma forma que leve
esse aluno a sentir que a escola é realmente uma extensão do lar. É importante
lembrar que o comportamento intelectual é motivado pelas implicações afetivas,
visto que a afetividade norteia o processo de aprendizagem. Sabemos que o nosso
sistema educacional carece de uma “Pedagogia do Afeto”, que construa homens e
mulheres capazes de viver intensamente.
3 - Quais os autores que você tem como
referência para desenvolver suas atividades em sala de aula?
O imprescindível
Paulo Freire, Ana Maria Machado, Lev
S. Vygotsky, Jean Piaget... Lembrando que cada autor tem sua especificidade. O
ideal é saber o que se busca para orientação para poder saber qual autor fala e
orienta sobre o respectivo assunto.
4 – Sabemos que a participação da família no
processo educativo é algo complicado de se alcançar, porém sua concretização
trás muito êxito ao desenvolvimento da aprendizagem do aluno. O que você
desenvolve ou até, mesmo, sugere que seja feito para aproximar os pais a sala
de aula de seus filhos?
Os
pais devem apoiar os filhos e incutir as
responsabilidades no seu papel de estudante, de forma a preparar para o futuro,
pois família representa uma base
importante na formação do aluno para a comunidade. Lembro que antigamente
quando um aluno chegava em casa com o boletim ou uma avaliação na qual obteve
uma baixa pontuação, os pais logo tomavam atitudes para que tal coisa não
voltasse a se repetir. Hoje em dia além de ser comum, quando acontece, na
maioria das vezes os pais culpam a professora, a escola, em fim, o crpo
docente. E isso contribui grandemente para que o filho (aluno) não procure
obter melhora nem se esforce em sala de aula.
5 – Em sua concepção qual o papel da
aquisição da leitura no processo de ensino e aprendizagem do educando?
Sinceramente, esse é o assunto pelo qual
mais gosto de discutir, inclusive está relacionado com o meu Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) que abordou o tema: A importância do ato de ler,
baseado no livro de Paulo Freire. Sempre me lembro de uma citação de Ruiz que
diz mais ou menos que a leitura é muito importante, pois amplia e integra
conhecimentos, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o
vocabulário e a facilidade de comunicação, disciplinando a mente e alargando a
consciência. A mesma tem que ser trabalhada dentro e fora da escola, quando a
escola oferece suporte para seus alunos, professores e pais como acervos de
livros, bibliotecas, auxílio e incentivo a leitura, o aluno tem como
desenvolver suas habilidades literárias e ampliar sua visão de mundo desde que
o professor e os pais trabalhem de forma
adequada para que isso aconteça.
6 – Deixe sua mensagem para aqueles que estão
em salas universitárias e pretendem desenvolver a prática docente.
Quando
já se tem uma noção sobre o que é estar em sala de aula, a maioria de nós
sempre acha que o que aprendemos na faculdade não tem importância ou serventia
diante dos desafios e experiências que encontramos no decorrer da nossa jornada
educativa. Como recém-formada no curso de pedagogia e há seis anos atuando como
docente, posso afirmar que o curso de pedagogia nos
orienta a trabalhar estes conceitos de maneira objetiva, tendo sempre o
respaldo de teóricos que venham a contribuir de maneira significativa, elevando
a nossa prática e nos fazendo superar o nível de senso comum. Penso que a
disciplina de Prática criou em mim muitos conflitos interiores, comecei a
repensar muito a minha forma de trabalhar, me dei conta da pouca leitura que
tinha e do pouco conhecimento científico que possuía acerca dos teóricos em
questão. Senti necessidade de mais leitura, pois para realizar um projeto
faz-se necessário conhecer um pouco mais das teorias, e tudo isso acabou
fazendo com que eu mudasse a minha forma de pensar em Educação. Hoje, sei que
valeu a pena, me sinto mais segura e consciente do meu papel como pedagoga.
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