quarta-feira, 6 de março de 2013

ENTREVISTA DOCENTE: Prof.ª Lourdes Nascimento





Nome: Maria de Lourdes do Nascimento
Formação: Licenciatura Plena em Pedagogia
Locais de Trabalho: Creche Santa Terezinha

1 - Pra iniciar, como você avalia o processo educacional brasileiro?
Como sabemos, o Brasil é o país que possui o maior índice de analfabetismo e apresenta índices mais elevados em relação aos países que apresentam perfil educacional ou que tenham nível de desenvolvimento econômico similar. Infelizmente essa realidade permanece como perfil negativo da realidade do Brasil. Se estudarmos, e refletirmos, perceberemos que muitos desafios devem ser enfrentados e superados, inclusive o estereótipo de educação de baixa qualidade, supletivação, aligeiramento, entre outros. A gente sabe que esse quadro só mudará através de políticas públicas sérias, sem a atribuição de culpas ou culpados, e seja o centro dos debates porém direcionados à tão necessária e sonhada construção de uma sociedade aonde todos tenham direitos iguais, complexidade humana respeitada e valorizada.
2 - Segundo Paulo Freire, não existe educação sem amor. Você concorda?
Sim, acho q o essencial é isso, pois sabendo que a escola tem a função de levar o aluno a adquirir conhecimentos sistematizados, mas levando-se em conta o contexto social de hoje, a escola acaba assumindo também a responsabilidade de desenvolver habilidades sociais, que antes eram apenas de responsabilidade da família. Então, assim fica claro que a relação família-escola é importante no desenvolvimento sadio do educando.
Algo que acho muito importante é que o professor coloque em sua ação pedagógica, um pouco de afeto, e de acolher os sentimentos do aluno, de uma forma que leve esse aluno a sentir que a escola é realmente uma extensão do lar. É importante lembrar que o comportamento intelectual é motivado pelas implicações afetivas, visto que a afetividade norteia o processo de aprendizagem. Sabemos que o nosso sistema educacional carece de uma “Pedagogia do Afeto”, que construa homens e mulheres capazes de viver intensamente.

3 - Quais os autores que você tem como referência para desenvolver suas atividades em sala de aula?
O imprescindível Paulo Freire, Ana Maria Machado, Lev S. Vygotsky, Jean Piaget... Lembrando que cada autor tem sua especificidade. O ideal é saber o que se busca para orientação para poder saber qual autor fala e orienta sobre o respectivo assunto.

4 – Sabemos que a participação da família no processo educativo é algo complicado de se alcançar, porém sua concretização trás muito êxito ao desenvolvimento da aprendizagem do aluno. O que você desenvolve ou até, mesmo, sugere que seja feito para aproximar os pais a sala de aula de seus filhos?
Os pais devem apoiar  os filhos e incutir as responsabilidades no seu papel de estudante, de forma a preparar para o futuro, pois  família representa uma base importante na formação do aluno para a comunidade. Lembro que antigamente quando um aluno chegava em casa com o boletim ou uma avaliação na qual obteve uma baixa pontuação, os pais logo tomavam atitudes para que tal coisa não voltasse a se repetir. Hoje em dia além de ser comum, quando acontece, na maioria das vezes os pais culpam a professora, a escola, em fim, o crpo docente. E isso contribui grandemente para que o filho (aluno) não procure obter melhora nem se esforce em sala de aula.

5 – Em sua concepção qual o papel da aquisição da leitura no processo de ensino e aprendizagem do educando?
Sinceramente, esse é o assunto pelo qual mais gosto de discutir, inclusive está relacionado com o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que abordou o tema: A importância do ato de ler, baseado no livro de Paulo Freire. Sempre me lembro de uma citação de Ruiz que diz mais ou menos que a leitura é muito importante, pois amplia e integra conhecimentos, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência. A mesma tem que ser trabalhada dentro e fora da escola, quando a escola oferece suporte para seus alunos, professores e pais como acervos de livros, bibliotecas, auxílio e incentivo a leitura, o aluno tem como desenvolver suas habilidades literárias e ampliar sua visão de mundo desde que o professor  e os pais trabalhem de forma adequada para que isso aconteça.

6 – Deixe sua mensagem para aqueles que estão em salas universitárias e pretendem desenvolver a prática docente.
Quando já se tem uma noção sobre o que é estar em sala de aula, a maioria de nós sempre acha que o que aprendemos na faculdade não tem importância ou serventia diante dos desafios e experiências que encontramos no decorrer da nossa jornada educativa. Como recém-formada no curso de pedagogia e há seis anos atuando como docente, posso afirmar que o curso de pedagogia nos orienta a trabalhar estes conceitos de maneira objetiva, tendo sempre o respaldo de teóricos que venham a contribuir de maneira significativa, elevando a nossa prática e nos fazendo superar o nível de senso comum. Penso que a disciplina de Prática criou em mim muitos conflitos interiores, comecei a repensar muito a minha forma de trabalhar, me dei conta da pouca leitura que tinha e do pouco conhecimento científico que possuía acerca dos teóricos em questão. Senti necessidade de mais leitura, pois para realizar um projeto faz-se necessário conhecer um pouco mais das teorias, e tudo isso acabou fazendo com que eu mudasse a minha forma de pensar em Educação. Hoje, sei que valeu a pena, me sinto mais segura e consciente do meu papel como pedagoga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário